Síndrome do abandono, o que é

Sabe aquele aperto no peito que não tem nenhuma explicação plausível? Ou aquela sensação de arrepio que toma o corpo em momentos de decisão? De acordo com muitos pesquisadores, a ansiedade é um dos males do século XXI e nós, humanos, não estamos sozinhos nesse barco de sensações aflitivas. 

Com os cães você vai ouvir as pessoas falando sobre síndrome do abandono ou ansiedade de separação e, por mais que o nome seja autoexplicativo, muitos fatores estão relacionados ao fato do animal ter esses sentimentos quando se sente sozinho. 

Mas calma lá. Vamos explicar para você tudo sobre a síndrome do abandono e como ajudar o seu animal de estimação a se sentir melhor. 

O que é a síndrome do abandono?

Tem sido mais comum ver os cães participando ativamente do cotidiano de seus tutores – viajando juntos, dormindo no mesmo cômodo ou dividindo mais momentos do que quando eram considerados protetores do quintal. 

Por causa dessa convivência, os vínculos afetivos são fortalecidos e a dependência emocional também. A síndrome do abandono é uma consequência negativa que se reflete no comportamento quando os animais são afastados dos tutores ou daqueles a quem têm mais apego. 

Quais são os sintomas da síndrome do abandono? 

A síndrome do abandono é mais comum em animais adotados – os diversos desgastes e situações emocionais que passaram podem ter deixado eles  mais ansiosos. Os sintomas de um cachorro com síndrome do abandono são: 

• Fazer as necessidades em local inapropriado – ainda que seu cachorro esteja acostumado ao ambiente de higiene pessoal, em momentos de ansiedade pode urinar ou defecar onde não deve, até mesmo como forma de chamar atenção; 
• Sons excessivos por muito tempo – em geral, quem avisa desse sinal clínico é o vizinho, que ouviu seu peludo latir, uivar ou chorar por horas sem motivo aparente; 
• Mastigação e escavação destrutiva – pilastras, paredes e móveis são as primeiras vítimas desse tipo de comportamento. 
• Salivação  excessiva – o cão pode ficar com a saliva acumulada ao redor do focinho, tamanha quantidade produzida por causa da ansiedade; 
• Tremores, vômito, diarreia – acontecem como resposta do organismo à quantidade de adrenalina liberada na corrente sanguínea; 
• Lambedura excessiva – principalmente nas patas e nas laterais do corpo; 
• Automutilação – como mordidas nas próprias patas;
• Cumprimentos superativos – aquela corrida ansiosa quando você chega em casa ou aquele comportamento de girar em torno de si mesmo aparentando ansiedade em ter contato com você.

Como tratar um animal com síndrome do abandono

Ainda que parte do tratamento seja oferecido por você, tutor, a síndrome do abandono é um distúrbio comportamental que precisa ter diagnóstico e tratamento indicado por um médico-veterinário. Isso porque nem todo cão ansioso sofre de síndrome do abandono e há vertentes de tratamento que podem ser integradas ou não na terapia do seu peludo. 

• Terapia comportamental – consiste em condicionar o cachorro a tolerar a ausência dos tutores com base em ações que podem envolver o uso de elementos pessoais para que o pet sinta cheiros que lhe tragam conforto e/ou a implementação de enriquecimento ambiental mais elaborada, a fim de distrair o cão. 

Um dos principais objetivos da terapia comportamental é ensinar o peludo a valorizar e aceitar que é possível ficar sozinho e estar bem com isso.

• Terapia medicamentosa – há medicamentos que são convencionais ou da medicina alternativa, como florais. Funcionam como papel complementar – só o uso de remédios não é capaz de curar o cão que sofre com a síndrome do abandono. 

Sabemos que é difícil oferecer bem-estar animal e lidar com todas as situações que a vida nos impõe, mas lembre-se de que, a partir do momento que você optou por ser responsável por um cachorro, ele é completamente dependente de você. Então, leve-o para as consultas de rotina, mantenha as vacinas e os antiparasitários em dia e cuide do bem-estar do seu bichinho.

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